Dia 15 de Setembro

Festa de Nossa Senhora das Dores - Travessão Sete de Setembro

Mais Informações

Horário: 10h30min (Missa Festiva) / 12h (Almoço)
Local: Travessão Sete de Setembro
Valor: R$ 45,00
Informações e reservas: (54) 3292-6771 / (54) 3292-6725 / (54) 3292-6717 / (54) 3292-6718 / (54) 99681-5052 / (54) 99704-7201

SOBRE O EVENTO

Festa de Nossa Senhora das Dores - Travessão Sete de Setembro

Cardápio: sopa de agnolini, lesso, piem, crem, galeto e carne de porco ao menarosto, churrasco, salada verde, maionese, pão, vinho, refrigerante e café com biscoito.


Festas de Comunidade (Sagras)

Desde os tempos mais antigos, um dos momentos mais solenes das vivências cotidianas era a missa e a procissão em homenagem aos santos padroeiros das comunidades que se formavam, a sagra das capelas, como chamavam. Além de um ritual religioso de suma importância, era o passatempo mais esperado pelos jovens, ocasião em que se encontravam com pessoas de outros lugares, faziam novas amizades, iniciavam namoros.

Cada comunidade fazia a sagra aos seus padroeiros exatamente no dia em sua homenagem, indiferente do dia da semana que ocorresse. Nos primeiros tempos, após o ritual, as famílias costumavam oferecer um almoço, geralmente na casa dos “nonos”. Além dos parentes, convidavam amigos de outras comunidades que se faziam presentes. Era um dia único, um dia de festa, um dia santo, ninguém trabalhava. Faziam apenas os afazeres que não podiam ser deixados de lado, como tirar leite das vacas.

Entretanto, as famílias cresceram, aumentando a sociedade local e, por isso, com o passar dos anos, começaram a ser construídos pequenos salõezinhos comunitários no entorno das igrejas. E lá passaram a assar churrasco, que era adquirido pelos presentes e saboreado em casa, juntamente com pão, salada, vinho e “gasosa”, uma espécie de suco gaseificado. Não raro, sentavam-se embaixo de árvores e lá passavam uma tarde inteira juntos, rindo e contando histórias. Passado o dia da sagra, o salãozinho era usado para reuniões ou até mesmo para encontro dos homens aos domingos, onde jogavam baralho, “mora”, conversavam.

Assim, a motivação espiritual e emotiva fez com que as sagras fossem tomando proporções cada vez maiores, propiciando a construção de salões mais espaçosos. Com novas e amplas estruturas, após os rituais de costume, foi incorporado um almoço comunitário e festivo. Além do churrasco, que já era costume assar, passaram a oferecer sopa de “agnolini”, salada verde, “pien”, maionese, pão de forno, vinho, servidos à vontade, em grandes e fartas mesas pelos membros da comunidade que eram responsáveis pelos alimentos, limpeza, organização e atendimento daqueles que ficavam para o almoço.

Tenha sido pela escassez de outras atividades de lazer, especialmente na colônia, ou pelo imenso prazer e necessidade do convívio social, as festas comunitárias tornaram-se os principais eventos de cada capela. Ainda hoje reúnem centenas de pessoas todo final de semana, em uma, duas ou mais comunidades. São um dos grandes atrativos culturais da farta gastronomia local, da alegria, dos encontros e do bem-viver em sociedade.

Gissely Lovatto Vailatti

Prof. de História, pesquisadora e escritora